Como seu cérebro funciona quando ingerimos coisas calóricas

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Há um sistema integrado no cérebro de quase todas as espécies animais, chamado sistema de recompensa e motivação, essa parafernália surgiu para acabar com a vida dos que tem tendências a acumulo de peso, devido ao mau funcionamento do metabolismo, que envolvem fatores genéticos e psicológicos.

Como funciona o sistema de recompensa e porque engordamos?

Esse sistema surgiu a cerca de 3,5 bilhões de anos atrás, com o surgimento do sistema nervoso animal e foi se desenvolvendo ao longo da evolução humana. Esse sistema de recompensa foi desenvolvido em uma região do cérebro chamada núcleo accumbens, nesse local do cérebro há muitos neurônios que contem o neurotransmissor dopamina, responsável por intermediar respostas relacionadas ao prazer quando se ingere algo calórico ou alguma droga, como cocaína e heroína.

Esse núcleo também está relacionado com doença de Parkinson e anorexia, tratarei desses assuntos em outro artigo. Ok, ai você caro leitor me pergunta, o que tem haver essa ciência louca toda, desses nomes esquisitos, com ganhar ou perder peso?

Querido amigo leitor, isso foi só uma introdução para você entender onde e como funciona um pouco da nossa vontade de comer. Quando você se alimenta daquele belo X-bacon, com adicional de calabresa, ovo, batata palha e tudo que se tem direito, seu cérebro jorra essa tal dopamina no tal do núcleo Accumbens, isso gera uma sensação enorme de prazer em quem comeu o X-bacon turbinado, isso se deve ao fato do seu cérebro ter sido moldado a obter essa resposta antigamente, quando a fartura de comida pronta não existia.

Como o corpo humano funcionava no passado x hoje em dia

Isso é o reflexo gerado pela falta de comida no período que o homem tinha que caçar seu próprio alimento, então toda vez que ele ingeria comida, jorrava dopamina no cérebro, fazendo com que ele tivesse vontade de buscar mais comida quando tivesse fome. Isso foi chamado de sistema de recompensa, você se alimenta e eu te dou sensação de prazer, era o trato que o cérebro tinha com o resto do corpo.

Naquela época tudo funcionavam as mil maravilhas, o cara tinha que se esforçar para caçar, geralmente a dieta era a base de carne animal e gordura, o gasto de energia e a ingestão era equilibrada, ninguém engordava, não tinha pressão alta, diabetes, não era um risco para a nossa vida, então o cérebro não registrou isso como um risco e deixou correr solto a evolução.

Com o passar do tempo, a chegada da modernização, criação de sociedades organizadas, implementação da agricultura e o começo da implementação de cereais em nossa dieta, como arroz, cevada, trigo, todos alimentos com alto índice glicêmico, ou seja, calórico pra caramba, esses alimentos colocaram o sistema de recompensa por água abaixo.

Hoje em dia, se come por prazer, não só pela necessidade nutricional, isso gera uma cascata de reações, quanto mais se come comida calórica, mais você tem sensação de prazer, mas menos se tem. Deixa-me explicar melhor, quanto mais dopamina jorra no seu cérebro, mais você precisa para manter os níveis de dopamina circulante, isso porque nossos neurônios tem a capacidade de formar novos receptores neuronais e é necessário cada vez mais dopamina, isso faz com que você tenda a comer mais X-bacon turbinado, fazendo que você engorde cada vez mais.

Sugestão é não apresentar esse tipo de comida ao seu filho, fazer do mundo deles o inferno, sem coca-cola, lanches e tudo mais. Brincadeiras a parte.

Como reverter o quadro?

Há algumas formas de burlar o seu sistema de recompensas, todas são a base de drogas utilizadas para emagrecer, no próximo artigo eu destrincharei as categorias dessas drogas, explicando os benefícios e efeitos adversos de cada classe dessas drogas.

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Tenho graduação no curso de Biomedicina, realizado na Universidade Estadual de Santa Cruz, possuo habilitação na área de Farmacologia. Estou no final de um mestrado, na área de Bioquímica Vegetal, com enfoque em produção de Etanol de 2° e 4° geração, realizado na Universidade estadual de Maringá, pelo programa de Ciências Biológicas. Sou músico, escritor, poeta, apaixonado por viagens e novas culturas.

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