Então você chegou ao ponto B de sua jornada pessoal, ou pensa que chegou, e olha para trás. Considera e reconsidera tudo o que vivenciou e influenciou seus rumos; pensa nas pessoas que conheceu e transformou na mesma medida em que transformaram você; repensa sua vida inteira e suas supostas escolhas.
Até que ponto tudo o que você viveu foi fruto de suas próprias escolhas?
Até que ponto sua vida inteira foi escolhida e feita sob medida para você?
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Pense na vida como um grande jogo de tabuleiro
Imagine que você e os demais indivíduos são jogadores involuntários de um jogo de tabuleiro circular, como aqueles em que somamos os pontos feitos em tarefas até completarmos o número de rodadas definidas ou até simplesmente cansarmos de jogar; assim como acontece com a vida, não pedimos para participar deste jogo em particular, mas participamos mesmo assim.
O conceito de livre-arbítrio vem como um contraponto ao conceito de destino absoluto, ao mesmo tempo em que põe em dúvida o que entendemos como mero acaso.
São muitos os fatores que nos direcionam a um acontecimento: o condicionamento que sofremos por circunstâncias ou por atos alheios de manipulação; escolhas que podem significar a diferença entre estar presente ou não na ocasião de algum evento bom ou catastrófico; todos os supostos acidentes e as previsões que tomamos para que alguns sejam evitados; entre outros.
Mas saiba que os fatores supracitados são aqueles que ainda podemos controlar. Pelo conceito de livre-arbítrio ainda temos o poder de decidir se seremos ou não manipulados, e quais serão nossos caminhos, apesar de nem sempre terminarem bem, e ainda poderemos evitar o que ainda não sabemos ser inevitável.
Acaso ou destino
É muito difícil definir o que é fruto do acaso e o que é fruto do destino. Em alguns sentidos, tal dicotomia se transforma em mais um sistema de crenças pessoais. Mas há quem possa considerar uma soma ou combinação dos dois.
Pense no jogador lançando os dados. Ele ainda não sabe quantas casas terá de avançar, qual será o número que mudará sua sorte na rodada atual, mas os dados rolam porque o jogador fez seu movimento inicial de jogar os dados; em teoria, não foi inteiramente uma obra do acaso, apesar de ainda não ter a resposta final.
Mas pense que talvez os dados estivessem predestinados a se moverem nas supostas direções acidentais, e talvez o resultado da rodada já fosse sabido – não pelo jogador, é claro, mas pelas leis do universo – desde o início. Do rolar dos dados aos movimentos pelo tabuleiro, talvez tudo isso não fosse nem obra do acaso nem uma escolha possível aos portadores do livre-arbítrio.
É uma teoria
Você pode falar sobre causa e efeito, pode acreditar em Karma ou em simples coincidências da vida, fato é que vivemos de especulações atrás de especulações, de teorias atrás de teorias, o que não deixa a questão menos interessante; muito pelo contrário: isso nos faz pensar, o que é bom, mesmo que este nosso pensar também esteja na lista de coisas premeditadas e já escritas pelo universo.
Ou não, e talvez sejamos realmente dotados de uma capacidade em pensar em questões como esta, não porque somos gênios de nascença ou predestinados, mas porque nos preparamos todos os dias e nos desenvolvemos até que um dia começamos a pensar em coisas assim. Quem sabe?
E se tudo foi destinado a parecer uma obra do acaso?
E se o acaso for a regra de nossas vidas e fomos destinados a viver sem saber o amanhã?
E se o amanhã for mais uma obra do acaso, apesar de o dia de amanhã ser esperado como o sucessor de hoje? Ou seja, sendo o que supostamente é destinado ou esperado a ser. E se…?
E assim colecionamos intermináveis pontos de interrogação em nossas mentes.
Há quem decida por um dos dois – acaso ou destino – como uma regra definitiva para a vida. Para evitar andar em círculos e para não se sentir ainda mais confuso.
Mas a vida é um grande jogo circular repleto de perguntas e contradições.