“Se é o chão que te segura, deixa o chão desmoronar”
Tudo na vida parece sair do lugar quando a gente começa a enfrentar uma nova jornada na nossa vida… E o problema é que, na verdade, nem sempre estamos prontos para não saber qual será o próximo passo. É fácil – e da família do comodismo – saber a ordem dos planos, a sequência dos acontecimentos, prever reações e consequências. E quando a gente perde o parâmetro, tcharãm, as aventuras apertam o play e a gente nem sabe por onde começar.
Controle sua ansiedade e, se possível, o saudosismo
Crescer é uma coisa complicada. A ansiedade que antes tirava o sono perde espaço para a responsabilidade que aperta o coração. Almejar novos objetivos é maravilhoso. O frio na barriga e o desejo de vencer alimentam o espírito. Mas, quando a gente começa a caminhar sozinho, parece que as pernas não aguentam o corpo inteiro.
O medo, então, ganha uma nova cara. Monstros e pesadelos são fichinha perto do medo da incerteza. É como se a gente tivesse saindo do ninho e ganhando o mundo inteiro.
É difícil entender como o tempo passa tão depressa. Há 1 ano atrás, iniciava-se a última fase de uma graaande fase. Todas as possibilidades e sensações diferentes queriam rolar no mesmo momento e tomavam conta dos pensamentos e do estômago! O que será que aconteceria? Será mesmo que a gente ia dar conta de escrever um livro e produzir todos os outros trabalhos para matérias práticas?
Há 360 e poucos dias atrás a rotina era outra. O despertar do celular fazia com que os olhos se abrissem para um novo dia. Um novo recomeço. Uma nova oportunidade.
O cheiro de xampu no travesseiro era a recordação do banho tomado tarde da noite e a pressa de dormir. A mochila largada no chão do quarto, com certeza, explicava muito sobre o dia-a-dia. É quem carrega todo o peso dos cadernos – e da preocupação também.
Eu me lembro até hoje do primeiro dia de faculdade. A farinha na roupa e o colorido no corpo. E na alma. E de repente, tudo estava no fim.
Parece que a gente não tem lugar no mundo
É bem por aí mesmo. Conforme o final vai se aproximando, é natural que comecemos a nos questionar sobre o que construímos, sobre os planos que fizemos e não saíram do papel, sobre o que realmente somos e onde queremos chegar. Então, percebemos que falta muito!
Parece até que o pânico começa a fazer morada. Durante um longo período, costumamos saber qual será o próximo capítulo e acordar a perceber que agora começou para valer é um choque. Confesso que fiquei dias me questionando sobre o que seria da minha vida depois dali, o que o mundo exigiria de mim, o que eu tinha para oferecer. Parece que o universo vai engolir a gente a qualquer momento.
Mas, quando menos se espera – lembra que as melhores coisas simplesmente acontecem? – a porta e abriu e ali, bem na frente, havia uma trilha nova, com novos degraus, subidas, descidas e planícies. Com certeza, novos tropeços estavam por vir. Quedas. Sorrisos. Lágrimas. Vitórias. E só o que eu pude entender é que a vida é feita para se viver. Mesmo que seja um clichê.
No final, deu para entender que perder o chão e não ter tudo sob controle é ótimo. Porque, no fundo, no fundo, começamos a descobrir novos sonhos, novas vontades e muita coisa que, durante todo o tempo em que soubemos sempre o que fazer, ficou adormecido. E, pode apostar: acordou na hora certa! Descobri que posso dar passos largos, mas que, de vez em quando, é bom recuar.
Quando o chão desabar e o caminho parecer estar no fim, respire fundo e deixe uma nova estrada te levar a novos destinos. Buscar fôlego para mergulhar num objetivo nunca imaginado antes é adrenalina pura e experimentar novos desafios é o que há de melhor nessa jornada!